O que é ser um pós-tribulacionista - retrospecto: É crer que a Igreja permanecerá na Terra durante a Grande Tribulação, mas sendo guardada de toda a provação estando dentro dela.
É crer que a 2ª Vinda de Cristo será numa etapa única, no fim da tribulação. Nessa época, Cristo se revelará, a Igreja será arrebatada, se encontrará com ele nos ares e imediatamente dará meia volta e retornará juntamente com ele à Terra para o estabelecimento do Milênio.
É supor, por meio desse entendimento, que os acontecimentos secundários Tribunal de Cristo e Bodas do Cordeiro não ocorrerão durante os 7 anos de grande tribulação, mas após a Revelação de Cristo. Supostamente no início do Milênio, mas trata-se apenas de suposição, pois EM NENHUM LUGAR DA BÍBLIA está escrito que as Bodas do Cordeiro durarão 7 anos cronológicos. É só utilizar a lógica e pensar:
Se para o Tribunal de Cristo não funcionará o tempo CHRONOS, o tempo físico de minutos e segundo, haja vista a quantidade infindável de santos que serão julgados no mesmo, então da mesma maneira durante a Festa de casamento entre Cristo e a Igreja, bem pode valer também essa regra. Os acontecimentos ocorrerão seguindo o tempo KAIROS, ou seja, o tempo de Deus para a ordem de cada uma delas, mas o que é espiritual não se sujeita ao que é material, como o tempo Chronos, o tempo cronológico.
Portanto tentar calcular o tempo de duração de ambos os eventos secundários, é pura especulação e sejamos sinceros, amantes da Bíblia: Não existe nenhuma base comprobatória para estipular 7 anos cronológicos para as Bodas do Cordeiro. Quem estuda a Bíblia obedecendo regras de hermenêutica e seguindo a exegese correta, sabe muito bem disso.
O Pós-tribulacionista não crê na iminência da volta do Mestre, porque se acredita em eventos não cumpridos que ainda tenham de existir e realizar-se antes do arrebatamento. Por isso a palavra iminência torna-se irrelevante. O Pós-tribulacionista crê na incerteza da Vinda, ou seja: Jesus indicou aos discípulos que sua vinda seria ADIADA por determinado tempo. Encontramos esse ensino em 3 de suas parábolas: o nobre que foi para um país distante (Lc 19. 11-27); as virgens prudentes e néscias (Mt 25.5) e a dos talentos (Mt 25.19).
Na ocasião em que Jesus falou essas palavras, havia certos eventos que, segundo parece, teriam de acontecer antes de sua 2ª vinda, P. Ex.: Pedro teria de envelhecer e tornar-se senil (Jo 21. 18, 19); o evangelho teria de ser pregado a todas as nações; e Jerusalém teria de cair ante o que viria a ser Roma; tudo antes da 2ª Vinda.
Por isso, sua vinda não exigia o conceito de iminência naquela época. E se na ocasião em que as palavras foram faladas e ouvidas pela 1ª vez, não exigiam o conceito de iminência, então muito menos requerem iminência no tempo presente. Pela regra exegética, a passagem de alguns anos não dá à linguagem um significado que ela não tinha antes. A sequencia de eventos que inclui a vinda do Senhor muito possivelmente está próxima. É ESSE conjunto de eventos que está iminente e não só um evento específico, no caso a 2ª Vinda.
DIÁLOGO DE "MIGO" COMIGO MESMO, COM UMA DÉCADA DE DIFERENÇA ENTRE AMBOS:
[Michel do Passado, Pré-Trib.] - "Ora, essa questão de Pedro ainda não ter envelhecido é fácil: devemos entender essa frase como significando o seguinte: 'O Senhor pode vir a qualquer tempo, A NÃO SER que Pedro ainda não tenha envelhecido". Quando ele declarou isso, não exigia o conceito de iminência, porque esses eventos ainda tinham de ocorrer. Agora, porém, depois de terem sido cumpridos, a vinda é iminente!!"
[Michel do Presente, Pós-Trib.] - "Muito bem. Então você concordará comigo que também não há razão alguma para não se crer também, por exemplo, afirmando: 'O Senhor pode vir a qualquer tempo, A NÃO SER que a Grande Tribulação ainda não tenha ocorrido...!! Se na ocasião em que as palavras foram faladas e ouvidas pela 1ª vez, não exigiam o conceito de iminência porque algumas coisas - como a morte de Pedro, ainda não tinham ocorrido, da mesma maneira, ainda não se exige o conceito de iminência hoje, porque outro dos eventos - a ocorrência da GT - ainda não ocorreu! A regra exegética é a mesma, prezado Eu do Passado...!"
[Michel do Passado, Pré-Trib.] - "...!"
CITAÇÕES DOS ANTIGOS PAIS DA IGREJA
Concluindo, todos os
primeiros pais da Igreja que tocam nos temas da escatologia, pensaram que a
Igreja sofreria a perseguição promovida pelo Anticristo. Tal sofrimento teria o
alvo divino de purificar a Igreja preparando-a para a 2ª vinda na qual Cristo
destruirá o Anticristo, resgatará seu povo e inaugurará o Milênio. Não
encontramos pré-tribulacionismo
nesse período da história eclesiástica.
CITAÇÕES DOS ANTIGOS PAIS DA IGREJA
A esperança
milenista é a única que encontramos nos primórdios da igreja. Clemente de Roma
escreveu no ano 95 dC em sua carta, 1º CLEMENTE: “Percebeis como em pouco tempo o fruto duma árvore chega à maturidade.
Em verdade, logo e subitamente Sua vontade se cumprirá, como a Escritura
testemunha dizendo: ‘brevemente Ele virá e não tardará’ e, ‘o Senhor
subitamente virá a seu tempo...” Clemente não queria dizer com isso que ele
cria que Jesus voltaria sem ocorrer uma série de eventos que antecederiam a sua
vinda.
No DIDAQUÊ,
O ENSINO DOS 12 APÓSTOLOS, escrito no ano 120 dC, também se nota uma visão do
futuro que incluía o aparecimento do Anticristo que deflagrará terrível
perseguição e dominará o mundo. Muitos ficarão ofendidos e consequentemente
perdidos. Trata-se de cristãos professos que não ficarão firmes. Alguns
perseverarão e serão salvos. Após a tribulação ver-se-ão sinais do fim, sendo o
último a ressurreição dos santos. O Didaquê foi escrito pouco depois do
Apocalipse a fim de prevenir os crentes contra os grandes sofrimentos que
marcarão o período antes da vinda de Cristo.
A
EPÍSTOLA DE BARNABÉ, escrita na mesma época que o Didaquê, mostra uma esperança
na 2ª vinda após o governo e perseguição do Anticristo. Assim lemos: “Quando seu Filho vier, ele destruirá o
tempo do maligno, julgará os ateus, modificará o sol, a lua e as estrelas, e
então descansará realmente no 7º dia.” Apenas após a queda do Império
Romano e o surgimento de 10 reis sobre a terra, virá o Senhor Jesus.
Justino
Mártir, pelos idos de 150 dC, foi um Pré-milenista, mas não
pré-tribulacionista. Ele esperava a vinda do Senhor após o advento do
Anticristo que falará contra Deus e perseguirá aos santos. Não sentia medo
diante dos sofrimentos futuros marcados para a Igreja em vista da experiência
do fortalecimento que Deus deu para seus filhos ao enfrentar a perseguição na
sua própria época. Justino achou que os cristãos que não criam no reino de
Cristo sobre a terra eram faltosos quanto à doutrina.
Foi
Irineu (pelos idos de 170 dC) que escreveu mais especificamente sobre o fim.
Segundo ele em CONTRA AS HERESIAS, haveria uma série de eventos no Império
Romano antes do aparecimento do Anticristo e a consequente volta de Cristo.
Como Barnabé, Irineu previa a divisão do mundo romano em 10 reinos, seguida pelo
aparecimento do Anticristo e a tribulação que purificará a Igreja em preparação
para o banquete real divino. Após a tribulação Cristo voltará para destruir o
Anticristo e resgatar a sua igreja. Nesta descrição detalhada dos eventos que
antecederão a vinda de Cristo, encontramos Irineu crendo firmemente na posição
pré-milenista pós-tribulacionista. Ele explicou que a razão do Milênio era a
necessidade dos crentes serem preparados para a visão de Deus que significa seu
aperfeiçoamento e também demonstrar a vitória de Cristo neste mundo, dentro do
tempo antes da eternidade.
Tertuliano,
um Pré-milenista do final do séc. II, também esperava a vinda de Cristo somente
após sinais bíblicos que anunciarão antecipadamente aos que creem.
Hipólito,
do séc. III, entendeu que o 4º animal de Daniel previa o Império Romano. Os 10
dedos seriam 10 reis que também eram prefigurados pelos 10 chifres. Aquele que
extirparia 3 chifres seria o Anticristo conquistando e destruindo o Egito, a
Líbia e a Etiópia. Segundo Hipólito, João fala em Ap 12 de uma perseguição de
1260 dias que pressionará a Igreja. Só então poderá esperar a 2ª vinda seguida
pelo reino predito no cap. 20.
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