domingo, 31 de janeiro de 2016

Por que Creio no Pós-Tribulacionismo Parte 1 - Introdução e Apresentação

Olá, prezado leitor.

Existem na atualidade, diversas formas de interpretação escatológica. Cada denominação cristã adota aquela que historicamente vem sendo ensinada por seus fundadores. 

As pessoas em individual, também possuem o direito ao livre-arbítrio de escolher aquelas que, porventura, não forem as que são publicamente promulgadas e anunciadas por suas denominações de origem como sendo as mais "corretas segundo a Bíblia".  Tal escolha diversa de sua denominação, deve-se levar em conta um estudo mais aprofundado dos oferecimentos, mas também uma análise imparcial dos "prós e dos contras" que cada linha escatológica é submetida, a fim de não fazer uma escolha errada e se arrepender depois.

Nesse caso me incluo. fui criado, doutrinado e atualmente continuo pertencendo à denominação das Assembleias de Deus do Brasil, ligadas à Convenção Geral (CGADB).

Recentemente enquanto começo a escrever esta série de artigos, durante o 1º trimestre de 2016, a Convenção geral, através da editora de sua propriedade, a CPAD, está promovendo em todo o país o estudo de escatologia seguindo, obviamente, a linha previamente adotada e amplamente ensinada historicamente pela denominação, seguindo a linha teológica simples que aportou em nosso país há mais de um século com os missionários suecos fundadores desse movimento, Daniel Berg e Gunnar Vingren e multiplicada pelos demais missionários posteriores e uma multiplicidade de pastores em toda a nação.

Um dos pontos principais nessa série de lições, escritas pelo muito bem preparado pastor Elinaldo Renovato, é sobre a questão principal do foco sendo posto no ARREBATAMENTO, ou seja, a "esperança da igreja" deve ser a subida da igreja aos ares para se encontrar com Jesus e isso tudo ocorrer antes do aparecimento do anticristo.

Após iniciar estudos imparciais sobre o assunto e pesquisar exatamente os prós e os contras existentes em cada linha teológica escatológica, é que me fez não mais irmanar com minha própria denominação neste detalhe. Este é o propósito desta série de postagens: informar o porquê de minha crença e mostrar - contrariando o infeliz preconceito legalista que empesteia muitas pessoas na igreja da atualidade - que existem MAIS PONTOS EM COMUM, IRMANADOS, do que pontos de divergência.

Não me aprofundarei em detalhes teológicos para não cansar e desinteressar o leitor, mas exporei aqui tudo o que achar necessário para que você tire suas próprias conclusões. Caso haja algum resquício de preconceito, deixe-o de lado por ora, leia primeiro antes de julgar o teor e, em seguida, faça sua própria análise. Não a análise pronta de sua denominação ou de seu líder, ou ainda daquele teólogo preferido que você gosta de ler, mas que é preso a uma análise compromissada com o ponto de vista particular dele. Respeite a análise pronta deles mas digne-se a construir a sua própria, tomando como base estes escritos.

Um livro que muito me ajudou na construção deste pensamento é o que indico a seguir. Não é um livro devocional; é teológico. E nem de fácil leitura: você tem de prestar atenção quando lê, para seguir  a linha de pensamento do autor. Mas é um livro que respeita a IMPARCIALIDADE até o final. Só na conclusão do mesmo, vamos conhecer a opinião pessoal do autor: O livro chama-se ESCATOLOGIA, A POLÊMICA EM TORNO DO MILÊNIO. O autor é Millard Erickson e a editora é a Vida Nova, referência em publicações acadêmicas e teológicas. 

Tomo coragem e escrevo meu pensamento aqui, haja vista muitos pastores pentecostais pertencentes à mesma denominação que a minha evitarem enunciar sua posição por diversos motivos, à saber:

a) Como na atualidade ensinar que a igreja será arrebatada ANTES da GT é posto em pé de igualdade com o ensino correto da Bíblia (ortodoxia), alguns pastores que creem de forma pós-tribulacionista escondem a sua posição, dando a impressão de não possuírem convicção ou mesmo se entendem o que acreditam.
b) Outros o escondem por MEDO de entrar em conflito com a posição oficial de sua denominação, o ministério de seu campo ou sua convenção e assim, acabar caindo em descrédito com seu rebanho.
c) Por ser enunciado como o contrário do pré-tribulacionismo, o pós-tribulacionismo é ligado à visão de que a igreja NÃO será arrebatada antes da GT. Isso faz com que sua doutrina principal seja DESAGRADÁVEL ao paladar dos ouvintes, da membresia e dos "principais dos sacerdotes" da atualidade: muitos dos pastores-presidentes (uma minoria escapa) e pastores com posição política e renome importante no seio da denominação. 

Como é um ensino desagradável e "politicamente incorreto" na atualidade, o que os crentes terão de passar por severa tribulação imposta pelo anticristo, aqueles ministros, obreiros ou professores da Bíblia que assim creem e ousam não guardar o que creem pra si e começam a ENSINAR, são discriminados em muitos ministérios sob orientação governamental autocrata (o pastor-presidente centraliza todas as decisões para si, inclusive a uniformização do ensino teológico em detrimento do debate e análise exegética de ideias), e em alguns casos extremos, excluídos "da comunhão" pelo fato de ensinarem "heresias", no entendimento deles.

Se você, prezado leitor, infelizmente possui um pensamento separatista em relação a isso e já decidiu parar de ler por PREJULGAR eu estar errado, leia somente mais esse parágrafo, antes de tomar sua decisão final de ir embora, ou continuar lendo para poder construir uma verdadeira opinião formada:

Não devemos nos esquecer do verdadeiro propósito e significado da doutrina da Vinda do Senhor, porque diferenças de interpretação e convicção têm se tornado o pivô da separação e divisão da comunhão entre os membros do Corpo de Cristo.

Paulo, em I Ts 4. 13-18 não tinha a intenção de que a doutrina da Segunda Vinda tivesse esse efeito. Ele indicou que a vinda do Senhor é a BASE DA ESPERANÇA para os crentes, que deviam consolar-se uns aos outros com essa esperança. o CONSOLO e não a contenda, é o propósito da mensagem de Paulo. 
São crentes verdadeiros, TODOS aqueles que aceitam as verdades básicas a respeito da volta do Senhor. Não podemos perder de vista a grande verdade básica na qual TODOS CONCORDAMOS: JESUS ESTÁ PARA VOLTAR. Devemos colocar essa verdade no centro.

Nos essenciais, unidade. Nos assuntos de dúvida, liberdade. Em todas as coisas, caridade. 

Continua nas próximas postagens. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário