Existe diferença entre a grande tribulação e a ira de Deus. A GT, em parte será infligida pelo diabo através do anticristo e pelos ímpios contra Israel e os salvos, será experimentada por todos os vivos na época. Já a ira de Deus ocorrerá concomitantemente com a tribulação, mas visará somente os ímpios. Os salvos serão poupados dela.
No fim da grande tribulação, Cristo virá pela 2ª vez. Essa é a esperança do crente. Essa vinda terminará o período de GT.
Quando Cristo vier no final da Grande Tribulação, ocorrerá o arrebatamento, com a ressurreição dos mortos salvos e a transformação dos vivos em seguida. Ambos irão encontrar-se com o Mestre nos ares e imediatamente regressarão com Ele à Terra para reinar. Mas chega de muita conversa sem provas na Bíblia! Vamos a elas então:
MAS QUAIS AS PROVAS BÍBLICAS DA DIFERENÇA ENTRE TRIBULAÇÃO E IRA DE DEUS COMO SENDO 2 EVENTOS DIFERENTES?
1) O termo grego THYMOS, significa "um irrompimento violento de ira". Este termo é usado para a ira de Deus em 9 vezes no Novo Testamento. Todas essas 9 encontram-se em Apocalipse e em todas elas o contexto mostra a ira divina ferindo somente os ímpios (vide 14.8,19/ 15.1,7/ 16.1,19/ 19.15). A ira de Deus cai somente sobre os ímpios e nunca sobre os justos. Somente os ímpios são descritos como sendo vítimas dessa ira (Jo.3.36/ Rm 1.18/ II Ts. 1.8/ Ap 6.16,17/ 14.10/ 16.19/ 19.15). A mesma Bíblia declara que os crentes são... "por Ele SALVOS da ira" (Rm 5.9)/ "livres da ira vindoura" (I Ts 1.10) e "não destinados para a ira" (I Ts 5.9).
2) Já a palavra tribulação vem do grego THLIPSIS e o verbo THLIBO. Das 55 ocorrências dessa palavra no Novo Testamento, 47 tem ligação com a tribulação que será suportada pelos santos e apenas duas referem-se à ira de Deus direcionada aos ímpios, que são Rm 2.9 e II Ts 1.6. E se analisarmos os contextos, nenhuma dessas duas vezes se referem à época da 70ª Semana de Daniel. Ligada à 70ª semana, TRIBULAÇÃO refere-se à perseguição dos santos (Mt 24.9,21,29/ Mc 13.19-24/ Ap 7.14).
Com isso, concluímos que a tribulação não é a ira de Deus contra os pecadores, mas sim a ira de satanás, do anticristo e dos ímpios contra os salvos e Israel.
A IGREJA DE CRISTO SEMPRE TEVE SUA EXPERIÊNCIA LIGADA À TRIBULAÇÕES.
Jesus disse: "No mundo passareis por tribulações, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo."
Paulo e Barnabé pregavam que devemos entrar no Reino de Deus através de muitas tribulações (At. 14.22).
Paulo também disse: "Mas também nos gloriamos nas próprias tribulações." (Rm 5.3).
João se identificou para seus leitores como sendo "irmão vosso e companheiro na tribulação em Jesus." (Ap. 1.9)
A Igreja destinada a tribulações em geral, conforme I Ts 3.3, tem sido resistida e perseguida por muitos anticristos no decurso de toda esta era (I Jo 2.18,22/ 4.3).
EU PRÉ-TRIB: - "Mas existe uma diferença entre as tribulações e a GRANDE TRIBULAÇÃO!"
EU PÓS-TRIB: - "Claro que sim. No entanto, a palavra original grega já mencionada mais acima empregada para denotar a tribulação cotidiana da igreja é a mesma que se emprega em Mt 24.21 para a Grande Tribulação. A diferença entre as duas é de intensidade somente, e não de tipo!"
Portanto, baseado na interpretação bíblica, pode-se supor que a Igreja não tendo sido poupada da perseguição e tribulação em qualquer outro período de tempo, também não será poupada daquela nos últimos tempos.
A BÍBLIA FALA DE UMA LIBERTAÇÃO, UMA REMOÇÃO, UM ESCAPE DOS SANTOS, DA AFLIÇÃO QUE OS AGUARDA.
1) Leia Lucas 21.36. O contexto deste texto indica que os ouvintes de Jesus viveriam no tempo do anticristo e da tribulação. A palavra grega escapar está no original grego EKPHEUGO, que significa "escapar no meio de".
2) Agora leia Ap. 3.10. "Guardarei da" vem do original grego TEREO EK, que significa "sair de dentro".
Ora, para a Igreja emergir de dentro da hora do teste, deve ter estado presente durante aquele teste. O verbo TEREO significa "guardar em meio a uma situação de perigo". Se a Igreja estivesse já sido arrebatada e estivesse no céu nessa ocasião, então qual poderia ser o perigo que necessita a mão protetora de Deus sobre ela?
Por todas as partes da tradução do Antigo Testamento para o grego Septuaginta e do Novo Testamento, TEREO sempre quis significar a proteção dentro da esfera do perigo.
3) Em um só outro trecho bíblico TEREO ocorre juntamente com EK: João 17.15, leia lá. "tirar do mundo" está com seu verbo no grego AIRÓ EK, que significa "levantar, erguer, remover". Isso descreve perfeitamente o que um arrebatamento pré-tribulacional seria, não é mesmo? Um levantar ou remoção.
Mas o contexto está em oposição à exatamente essa ideia, por empregar TEREO EK na segunda afirmação!
Com isso, concluímos que TEREO EK em Ap. 3.10 não pode ter um significado que venha a contradizer o de TEREO EK de Jo. 17.15! Para se ser alvo da esfera moral do maligno, tem de se estar fisicamente presente nela.
SÃO TAMBÉM LEMBRADOS os tipos bíblicos relacionados, como Daniel sendo guardado dos leões DENTRO da cova; os 3 jovens amigos de Daniel sendo guardados da fornalha de fogo ardente estando DENTRO dela; durante as pragas no Egito, os israelitas estavam no Egito, mas as pragas foram aplicadas de modo seletivo: vieram sobre os egípcios, mas não sobre os hebreus. Assim também bem pode ocorrer com a ira de Deus.
COMO SERÁ ENTÃO, O ARREBATAMENTO?
O Pós-Trib. entende que os crentes serão arrebatados para um encontro com o Senhor no fim da tribulação e imediatamente o acompanharão na sua descida triunfante para a Terra. Esse ponto de vista é apoiado pelo significado do termo grego APANTESIS, que é traduzido em I Ts 4.17 por encontro.
Esse termo grego aparece em apenas 2 outros lugares no Novo Testamento: na parábola das virgens prudentes e néscias de Mt. 25.6. Aqui neste texto, o grito de aviso quando o noivo vem era: "eis o noivo! Saí-lhe ao encontro".
Ora, como reagiram as virgens prudentes? Saíram como um grupo de boas vindas e se encontraram com ele em algum ponto fora do lugar onde a festa de casamento haveria de ser celebrada. Depois, voltaram e o acompanharam para o lugar das bodas.
Elas não interromperam o avanço do noivo nem inverteram sua direção. nem elas nem ele partiram para algum outro lugar para um intervalo, de onde depois voltariam juntos!
APANTESIS ocorre também em At. 28.15,16. Aqui, Paulo e seus companheiros estavam aproximando-se de Roma. Um grupos dos irmãos em Roma, quando souberam da aproximação daqueles que iam chegar, foram até a Praça do Ápio e às Três Tabernas para o encontro com eles. Esse encontro animou bastante a Paulo e ele, juntamente com o grupo de boas-vindas continuou seu trajeto até Roma.
Aqui também, a palavra é empregada para um grupo de boas vindas que sai a encontrar-se com um hóspede e depois volta com ele para seu destino.
Se é assim que significa APANTESIS, de que maneira interpretaremos I Ts.4.17?
Cristo voltará, e os mortos justos ressuscitarão para encontrar-se com Ele, seguidos pelos crentes ainda vivos sobre a Terra. Esses 2 grupos ficarão sendo uma só grande comitiva de boas vindas, e quando se encontrem com o Senhor, Ele não virará para ir embora com eles. Pelo contrário: eles é que darão meia-volta para acompanhá-lo para a Terra. APANTESIS tem exatamente o mesmo significado aqui que tem nas outras duas referências no Novo Testamento, especialmente em Mt.25.6. Nada no estudo exegético comparativo da palavra grega sugere a remoção dos crentes para algum outro lugar pra depois voltar, conforme aprendemos no Pré-Trib.
MAS O ESPÍRITO SANTO NÃO SERÁ RETIRADO DA TERRA?
Jesus deu a entender claramente que o Espírito Santo estará presente durante a Grande Tribulação. Ele disse àqueles que seriam suas testemunhas durante aquele período final de Mc.13.11. Durante a Grande Tribulação, parece que o Espírito dará poder aos crentes para a evangelização, e regenerará numa escala ainda maior do que faz agora. Por causa do aumento da atividade satânica, os resultados da operação do Espírito Santo serão mais evidentes então, do que agora. Isso deve requerer um aumento da obra do Espírito, e não uma diminuição dela.
Além disso, conforme II Ts.2.6,7, o Espírito tem toda a liberdade e poder para operar à parte da Igreja, retendo o maligno sem fazer uso da Igreja. Da mesma maneira, retirar aquele seu poder detentor, sem ter de remover a igreja e sem cessar a sua obra em geral. Fora o fato dele ser ONIPRESENTE...!
MINHA CONCLUSÃO
A interpretação Pós-Tribulacionista oferece interpretações apropriadas e plausíveis em todos os campos da escatologia: os escritos apocalípticos, os escritos proféticos, os ensinos escatológicos de Jesus, dos apóstolos nas Cartas e muito mais. O Pós-Trib. não se baseia em alguns poucos textos-prova cuidadosamente selecionados.
A interpretação Pós-Tribulacionista interpreta as passagens-chave dum modo que se encaixa bem no sentido natural dessas passagens. Não depende de escavar significados secretos. Se a Bíblia fala dos santos da tribulação, dos eleitos, etc, são simplesmente o mesmo tipo de crentes referidos a partir dos tempos de Cristo.
A interpretação Pós-Tribulacionista se opõe àquilo que tem sido referido com a mentalidade de "tirar o corpo fora". Na escatologia, esse conceito encontra expressão no desejo de que a igreja seja arrebatada para fora do mundo para não ter de enfrentar a grande tribulação. Essa "comodidade" surgiu com as facilidades inventadas pela teologia americana.
O pós-Trib. não oferece escape algum das adversidades. Ele pinta um quadro muito realista das exigências, custos e dores da vida cristã, enquanto relembra aos crentes dos recursos de poder aos quais podem recorrer quando estiverem em meio à adversidade.
Jesus NUNCA disse que poderia vir a qualquer momento (iminência). Ele disse que o tempo de sua vinda é INCERTO. Ora, se numa escala de tempo, tendo os pontos de 1 até 1000, poderemos saber que Cristo NÃO VIRÁ nos pontos 47 ou 79, P. Ex., mas não saber em que ponto exato virá. O momento é DESCONHECIDO e alguns outros sinais específicos podem bem ainda ter de ser cumpridos. Devemos vigiar para ajudar a garantir que esses sinais não passem desapercebidos!
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